Estes são os melhores anos das vossas vidas. E passam num instante...
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Durante
mais de 2 anos escrevi crónicas neste espaço. Falei de temas da atualidade e
num estilo orgulhosa e humildemente muito próprio neles imprimi vivacidade e
relevância para o nosso universo através do poder da analogia com situações que
bem conhecemos do dia-a-dia como estudantes de Medicina e não só. Fui
sarcástico, lisonjeiro, impulsivo, ponderado... enfim, um pouco de tudo. A cada
crónica que escrevia um pedaço de mim se transformava em algo que antes nunca
experienciara!
Com
os “amigos do coração” e o universo NEM/AAC cresci muito. Tenho algumas pessoas
a quem agradecer e o largo sorriso que desponta no meu rosto quando os vê,
denuncia o quão especiais são para mim. Há quem diga que mudei, mas eu sei que não
apenas mudei, também me revelei (e rebelei!). Antes lia dezenas e dezenas de
livros (e o meu futuro será decido pela memorização de milhares de páginas) e também
tinha boas notas, mas aprendi que nada me dá mais prazer do que estar com os
amigos (ah, que pena isso não contar para entrar na especialidade!). Felizmente
não foi ao fim de 6 anos que cheguei a essa conclusão, foi muito antes... E se o
que hoje sou era no passado uma miragem, a verdade é que tive coragem de
atravessar um deserto inteiro para descobrir que afinal era realidade. Consegui
despertar o que aqui dentro vegetava num sono latente à espera de um surto de
paixão para eclodir em qualquer coisa de especial!
E
agora até me ando a aventurar na poesia, porque
À medida que a mente foi
mudando,
O mundo à volta também mudou
nessa onda,
Ondas que a amizade desafiou
a surfar,
E a medo no mar me deixei
entrar.
Na vida, alturas há em que
arriscar é necessário,
Nem todas as águas são calmas,
Por que os desafios fazem-se
das ondas gigantes,
Não daquelas que já sabemos
enfrentar!
Por que o que já sabemos
enfrentar,
Em nada nos vai surpreender,
E as melhores coisas da vida
são as mais inesperadas,
Como aquele encontro
ocasional,
E aquele sorriso fatal...
(E a mudança pode nascer na
espontaneidade de um simples sorriso).
Tão espontaneamente
como a forma como me apetece voltar a fazer coisas que já me fizeram feliz no
passado. Escrever crónicas é sempre especial e andei demasiado tempo afastado
desta paixão.
O grande projeto
In4Med IV fez-me privar com alguém que me ensinou a seguir o bater do coração,
pois só assim podemos ser bons e fazer a diferença na vida das pessoas. E o
resto... bem, o resto é paisagem!
E por agora simplesmente quero aventurar-me num romance
com a poesia, porque
Ser espontâneo é ser genuíno,
E quando tiveres a coragem de
rasgar a camisa que te vestiram,
E vestir a t-shirt que te
proibiram,
Quando decidires assumir os teus
sonhos,
E por eles lutar, lutar,
lutar,
É que a derrota com que um
dia lidarás,
Se transformará no êmbolo
para a vitória que no dia seguinte alcançarás!
Tens é que te libertar da
frieza da timidez,
E abraçar o calor do tacto,
Tens é que te olhar ao espelho,
Dar 4 murros no peito,
E gritar bem alto,
Alto, alto, alto, alto, alto,
Ainda mais alto. Ainda,
ainda, a-in-da mais alto
Para espremer do fundo desses
pulmões,
Das profundezas do teu ser,
O que melhor de ti o mundo
ainda não conhece,
Para libertar dessa cela em
que cresceste
O tigre, a pantera, o dragão,
a águia e o leão
Que tens aí bem dentro de ti!
Não sigas todas as regras que
te impuserem,
Porque a beleza do conteúdo é
superior a voluptuosidade da forma
(Como vês, nem todos os meus
versos rimam na sílaba, mas todos eles rimam na essência)
Perde é o medo de ser feliz
E vai por mim:
Vale mais viver a saciar a
fúria do coração,
Do que morrer abraçado à
solidão da razão!