terça-feira, 17 de outubro de 2017

O Estado (Anti)ssocial - um desabafo!

O Estado Social.

Até onde deve ir o Estado Social? Que papel deve o Estado Social ter nas nossas vidas e na nossa Economia?

Cada vez se fala mais em Economia, o interesse é crescente, ao passo que pela Política, os jovens vêm mostrando um progressivo e alarmante desinteresse nas últimas décadas. Mas como é que os jovens se hão de interessar pela Política se o que nós vemos na televisão são políticos que mais parecem criancinhas a rirem-se uns dos outros quando discutem na Assembleia da República... quando berram uns com os outros... quando passam a vida a atirar as culpas para quem veio antes deles? Governo após Governo! Oposição após Oposição!

Os jovens fartam-se da Política por isto e toda a gente se farta porque estes profissionais não fazem aquilo que um bom pai e uma boa mãe pedem aos seus filhos. O bom pai e a boa mãe não pedem cincos nem vintes ao seu filho. O que pedem é que se o filho falhar não seja por que não deu tudo o que podia ter dado! Pois, bem, é disso mesmo que se trata! O que o povo sente é que quem nos tem governado ao longo dos anos não tem feito tudo o que podia. E infelizmente foi disso mesmo que se tratou este domingo!

É triste e revoltante ouvir a Liga dos Bombeiros advogar que no início do mês emitiu um comunicado, baseado nas previsões do IPMA, reclamando mais meios para o terreno e que nenhum responsável da Proteção Civil e do Governo lhe fez caso. Do ponto de vista do gestor é legítimo ter mais meios quando é mais provável ter mais solicitações e depois desse período diminui-los progressivamente (porque, infelizmente, o dinheiro não chega para tudo). Mas o tempo em que o calor acabava a 30 de Setembro era o tempo em que a minha avó não precisava de cadeira de rodas para andar... já lá vai! E se quando vem um furacão se avisa e evacua uma população, então, também quando vêm aí condições propícias à combustão, seja qual for a mão, é no mínimo expectável que tornem a reforçar os meios de combate. Se não acontecer nada, melhor, gastou-se dinheiro, mas fez-se o que se tinha a fazer: PREVENÇÃO! E nestes últimos dias, ficou claro que não se tem andado a fazer o que País verdadeiramente precisa!

E mais revolta ainda ouvir da boca dos nossos governantes que nos temos que habituar a isto!

É tudo muito lindo discutir se a Saúde deve ser grátis, se o Salário Mínimo devia subir mais... mas naquilo que realmente afeta toda a Sociedade Portuguesa, desde o mais pobre ao mais rico, naquilo em que nenhum cidadão individual se pode safar pelos seus próprios meios, aí... aí o Estado falha! E pior: resigna-se e diz-nos que por obra e graça do Aquecimento Global nos vamos ter que habituar à fatalidade!

Que exemplo é este que damos às nossas crianças? Então, se a matéria é difícil, nem sequer vale a pena estudar... para quê? Se vamos todos chumbar, nem sequer vale a pena tentar...

Assim, é com tristeza que constatamos que Portugal ainda não saiu da Austeridade. E não venham com histórias para cativar o povo de que Austeridade foi entre 2011 e 2015 e agora, de repente, em 1 ano e pouco, se descobriu o ouro e é sempre a crescer!

Austeridade é o Estado te tirar o dinheiro, sim. Mas Austeridade é também o Estado não te dar um bombeiro!

Não havendo dinheiro para tudo, está claro que as prioridades do Estado Social têm de mudar! Se o Estado nem dinheiro tem para fazer face àquilo que só ele pode fazer, como é que Portugal está a crescer? A Economia não é só as “vacas voadoras” que andam a fazer disparar as Ações da Bolsa de Lisboa! A Economia de Portugal é também o Sr. Arménio que vai ter de gastar o dinheiro a reparar a casa em vez de o gastar na mercearia da Ti Teresa! A Economia de Portugal é também a Sra. Luísa que tinha uma padaria que dava emprego a 10 pessoas que tinham 20 filhos a estudar para ter uma vida melhor! A Economia de Portugal é também o Sr. António que tinha uma fábrica que dava emprego a 100 pessoas!


Perante estes acontecimentos, vale a pena perguntar: mas que Estado Antissocial é este que nos dá 10 euros a mais e em troca fica sentado a ver o País a arder?