Barcelona não era uma cidade totalmente desconhecida para mim.
Era a terceira vez que lá ia. A primeira viagem foi em 2006, uma road trip bem especial em família, ainda na companhia do meu querido primo André. A segunda foi em 2022, por ocasião do evento científico Rising Stars in Physical and Rehabilitation Medicine. A terceira vez foi também distinta das demais, foi uma viagem a solo.
Aterrei em Barcelona perto das 14h locais, comi uma sandes no café Pret A Manger à saída do aeroporto e dirigi-me para a paragem do autocarro Aerobus que faz a ligação entre o terminal do aeroporto e a Plaça de Catalunya. Aí tive de trocar para o metro L2 para seguir até à estação de Pep Ventura em Badalona.
Porquê Badalona? Porque foi aí que o evento de wrestling iria decorrer, na Arena Olímpica.
Quando saí da estação do metro estava a chover e eu não tinha trazido guarda-chuva. Contudo, o casaco era impermeável e por isso, decidi ir fazendo a pé os 20 minutos de caminho até ao hotel na Marina de Badalona, combinando o passo acelerado com o abrigo possível por debaixo das varandas dos apartamentos. Check-in efetuado, decidi descansar um pouco antes de repetir grande parte do trajeto até à arena. Quando lá cheguei, uma hora e meia antes do início do espetáculo, deparei-me já com uma enorme multidão que fazia fila para entrar, empunhando guarda-chuvas para se proteger dos aguaceiros que jorravam dos céus.
Decidi fazer uma paragem num bar logo ao lado, o Bar Frankfurt Joventut, devidamente decorado com as cores do Club Joventut Badalona, um histórico do basquetebol espanhol. Aí comi um hambúrguer e tomei as primeiras cañas em terras catalãs.
Mal entrei na arena fui imobilizado por outra multidão, desta feita nas filas para a banca de merchandising. A WWE tinha à disposição t-shirts de John Cena, um ídolo da minha geração, que se encontra no seu último ano como wrestler profissional e que desta vez é o mau da fita, uma “traição” que incendiou a Internet, à semelhança do que sucedera no ano transacto com Dwayne “The Rock” Johnson, mega estrela de Hollywood e antigo wrestler que hoje em dia é um dos chefes da WWE.
Por sorte a entrada para o setor onde tinha bilhete situava-se noutra zona, onde se podia circular à vontade, um autêntico deserto quando comparado com aquela ágora logo à boca da arena.
Fiquei sentado numa bancada inferior perto da barreira que separa os espectadores do ringside, do lado contrário para onde apontam as câmaras de televisão, o que baixou significativamente o preço do ingresso.
O espetáculo principiou com a entrada da ring announcer Lilian Garcia, a mesma que naquela noite de 2005 vi pelo ecrã na minha sala de estar quando vi wrestling pela primeira vez, e que, por ter passado vários anos da infância em Espanha, conferiu ao evento um toque especial.
Não vos vou maçar com a descrição dos combates e dos vários segmentos do programa, porque hoje em dia, apesar de já não passar na SIC Radical ou na SportTV, tudo isto está ao vosso dispor na Netflix.
Ainda assim, há dois momentos que merecem destaque.
O primeiro é a presença de Randy Orton, um autêntico portento físico que há 20 anos era dos jovens mais promissores do plantel e hoje em dia é uma lenda viva da WWE. Ganhou o respetivo combate, brindou a audiência com três RKO e no final saiu mesmo à minha frente.
E o segundo momento foi a entrada do maior dos tempos modernos, Cody Rhodes, campeão da WWE. Minutos verdadeiramente arrebatadores, nos quais o público canta com todo o fôlego que tem nos pulmões a letra da música de entrada, Kingdom da banda Downstait.
Foi realmente uma grande noite para o povo da Catalunha, e da Espanha em geral, que pela primeira vez recebeu um evento televisionado da WWE. Mas nas bancadas também vislumbrei várias bandeiras portuguesas e ainda dois adeptos do Benfica que envergavam a camisola encarnada e que certamente prolongaram a viagem para apoiar o seu clube ante o Barcelona para a Champions League para ver o WWE Friday Night SmackDown na Arena Olímpica de Barcelona.
Sem dúvida que valeu a pena a viagem... e a melhor parte? É que ainda tinha três dias pela frente para redescobrir a cidade condal.
O nosso Dr (Sportinguista do coração) até conseguiu ver “lampiões” num Evento em Barcelona…
ResponderEliminarNão sou amante deste Westling, mas adoro Barcelona e o Gonçalo entusiasma o leitor com pormenor (tal como fazem os cronistas de eleição).
Só não acredito que não tenha ido à noite lá prá zona reabilitado aquando das Olimpíadas, na zona do Hotel d’Art’s.
Tenho bom olho e fair-play. Falhei essa zona, mas vi muitas outras coisas que descrevo nas outras partes da crónica da viagem. Muito obrigado por ler e pelo elogio, caro Luís!
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