sábado, 21 de dezembro de 2024

Leões rumo a Brugge - o dia antes do jogo


Cresci a ver o Sporting perder. É um facto. Desde que celebrei o título de 2002, ainda sem grande idade para perceber ou saborear o que estava a suceder, passei o resto da minha infância, toda a adolescência e já uma boa parte da vida adulta a ver os portistas e benfiquistas a dividirem entre si as festas de celebração dos campeonatos nacionais. Para mim, ganhar a Taça de Portugal valia pela época inteira. Enfim, sou Sportinguista, um Eterno Sofredor!


Contudo, nos últimos 5 anos os sportinguistas tiveram os seus merecidos momentos de glória, em que o gáudio das boas exibições finalmente rimou com valentes celebrações.

 

E não sendo eu um sportinguista dos mais loucos que existem por este Portugal e Mundo fora, a verdade é que decidi fazer uma coisa que ainda não tinha feito: ir ver o Sporting jogar fora para a Champions!

 

Foi assim que, no final de setembro, ainda o Sporting cilindrava os adversários sob o comando de Rúben Amorim, que comprei a viagem de avião para a Bélgica, onde o Sporting jogaria 3 meses mais tarde, em dezembro.

 

Nesse espaço de tempo o Sporting acabaria por descer do céu ao inferno e com os imprevistos da vida, a verdade é que no dia da viagem até à Bélgica, a minha vontade de ir era quase nula. Todavia, lá fiz a viagem de carro desde Penacova até ao Porto e apanhei o voo até Bruxelas. Ditou a sorte que no avião ficasse sentado ao lado de membros do Núcleo Sportinguista de Tábua e de Arganil, concelhos vizinhos do meu município. Gente simpática que me disse onde devia apanhar o comboio mal chegasse ao aeroporto. Graças a eles consegui chegar mais cedo do que o previsto a Brugge, onde os meus colegas de aventura me aguardavam já com uma tarde inteira de cerveja em cima de avanço.

 

Mal cheguei tiramos a foto que ilustra esta crónica, imediatamente enviada aos meus colegas do Núcleo Sportinguista de Penacova. Seguimos depois para a pizzaria Amuni Bar para jantar, onde tomei a primeira cerveja em terras belgas: a famosa Jupiler, a “Super Bock / Sagres” daquelas bandas.

 


Terminado o repasto, fui pousar a mochila ao hotel e seguimos para os bares, onde nos reunimos com dezenas e dezenas de sportinguistas. Primeiro fomos ao Bar Monk, onde para além da confraternização com os nossos concidadãos, fomos ainda abordados por um casal inglês apoiante do Everton e também por um marroquino adepto do Raja Casablanca. Esse mega fanático do clube que partilha as cores verdes com o Sporting mostrou-nos vídeos da falange de adeptos a entoar verdadeiros e intermináveis recitais de amor ao seu clube, bem como cânticos de agradecimento aos treinadores lusos que haviam logrado vencer campeonatos pelo clube ao longo das últimas décadas (com destaque para José Romão, um histórico de quem já não ouvia falar há anos). O marroquino até nos mostrou um vídeo no qual as claques fizeram uma coreografia com cartolinas de modo a desenhar uma gigante bandeira portuguesa humana nas bancadas! Quando se ganha, toda a loucura é pouca!

Secados os vários copos que tomamos no Monk, optamos por trocar para o Bar des Amis, onde se encontrava a Presidente do Núcleo Sportinguista de Condeixa, agremiação à qual tinha comprado o bilhete para o jogo. Mal chegamos a música ambiente tinha algo de familiar, mas diferente do esperado para um bar edificado a mais de 2000Km do Estádio José de Alvalade. O que se ouvia não era electronic dance music, eram sim canções dos Supporting! Sim, a banda de rock que se dedica a criar temas musicais alusivos ao clube leonino. Quem lá estava há mais tempo acabou por nos explicar que o DJ residente havia sido gentilmente convidado a trocar a fúria do tecno pelo rugido do leão... É a loucura do futebol no seu melhor!

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