Chegados finalmente ao Estádio Jan Breydel conseguimos percorrer sem sobressalto os pontos de controlo de revista e de controlo eletrónico de bilhete, tendo acedido à zona dos adeptos visitantes no interior do estádio, onde já muito barulho se fazia ouvir, culpa das várias claques aí presentes que entoavam cânticos de apoio ao nosso clube.
Decidimos forrar mais um pouco o estômago, mas ao contrário do esperado, não havia cachorros quentes disponíveis, o que havia era uma sandes de “febra de presunto” (nem sei bem explicar o que comi, sinceramente...). Isso e cerveja com álcool, algo proibido em Portugal no interior dos recintos desportivos.
Já na bancada, situada num dos cantos atrás de uma baliza, as claques decoraram as vedações com as suas bandeiras além de terem passado o jogo interior a abanar gigantes bandeiras que nos tapavam muitas vezes a visão da grande área da baliza mais próxima. “Temos de apoiar” dizia um deles... Não valia a pena discutir, até porque no intervalo houve um desentendimento entre alguns elementos... Nestas coisas o melhor mesmo é estar calado e evitar entrar na confusão.
Quanto ao jogo em si... Bem, essa parte toda a gente pôde ver na televisão ou assistir ao resumo na Internet. Enfim, no espaço de pouco mais de 1 mês passei de ver ao vivo o meu Sporting ganhar ao Manchester City em Alvalade para o ver perder em Brugge, naquela que foi a quarta decorra consecutiva da era João Pereira.
Não obstante o período negativo que a equipa vinha a atravessar, passamos o jogo todo a apoiar, mas quando sofremos o segundo golo do Brugge, aí percebemos que aquela noite gélida seria ainda mais arrefecida por outra derrota.
Foi também da bancada que umas 10 filas à nossa frente alguém teve mais uma brilhante ideia. Desta feita a de lançar a infame tocha contra os jogadores leoninos que tinham vindo agradecer o apoio dos milhares de adeptos que se deslocaram ao frio da Bélgica para os apoiar. Assisti de perto à revolta de Gyokeres, Harder, St. Juste e companhia. Afinal, há 1 mês atrás estes jogadores eram os heróis que massacravam os adversários, que mesmo a perder por 2 davam a volta ao resultado... no curto lapso temporal de 4 semanas não se transformaram certamente nos vilões!
O Sporting está a ser vítima do seu sucesso. Ao longo dos anos foi trocando de treinadores a meio da época por maus resultados. Agora perdeu o seu “Mourinho” (e praticamente toda a equipa técnica) precisamente por os feitos e o modo superlativo como estes foram sendo alcançados terem sido enormes nas últimas temporadas.
Já com a cabeça pesada da derrota, ainda tivemos de aguardar praticamente 1 hora ao frio até que os portões do perímetro do recinto fossem abertos para nós sairmos. O clube belga providenciou novamente autocarros para nos retornar ao centro da cidade, mas como não era possível levar todo o mar de gente de uma assentada só, fomos aguardando ao frio até que chegasse a nossa vez. O que valeu foi o calor humano das formigas de adeptos todas coladinhas aos portões verdes que de meia em meia hora se abriam para nos deixar esgueirar aos atropelões rumo ao interior dos autocarros. E tudo isto sobe o olhar imperial das mulheres e homens das forças de segurança que nos vigiavam sentadas no dorso alto de cavalos majestosos.
Tudo somado (e resultado à parte), esta foi uma grande experiência. Folia e companhia. Quem sabe se a repetir num futuro não muito distante...
Saudações Leoninas!
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